Este blog é um diário aberto da minha transformação financeira. Tenho 38 anos, estou endividado e, a partir de hoje, vou registrar aqui cada passo para me livrar das dívidas, construir patrimônio e, finalmente, ter uma vida digna.
Eu criei este espaço para registrar a mudança que eu vou fazer na minha vida e se você chegou aqui será um prazer tê-lo como leitor dessa nova jornada que estou iniciando em busca de aniquilar o monstro das dívidas e ao mesmo tempo guardar algum dinheiro. Demorei pra acordar mas acordei, porra!
O Histórico da Desorganização Financeira
Minha infância foi marcada pela normalização das dívidas. Meus pais, apesar de trabalhadores (minha mãe empregada doméstica, meu pai autônomo), estavam sempre endividados. Tenho uma lembrança muito forte de atender vendedores cobrando fiado e ter que mentir, dizendo que meus pais não estavam em casa.
Cresci em um ambiente onde estar endividado era a regra. Não tínhamos patrimônio: nunca tivemos casa própria, meu pai nunca teve carro e nem CNH. Na minha família, a organização financeira não era um assunto.
A Minha Estreia no Mundo das Dívidas e o Choque de Realidade
Quando fiz 18 anos, fiz minha grande estreia no mundo do nome sujo. Minha mãe, depois de não conseguir pagar a conta de telefone da nossa casa e ter a linha cortada, solicitou uma nova linha em meu nome. A história se repetiu, chegou um ponto em que não conseguiu pagar a conta e deixou pra lá. Quando recebi a cartinha de notificação do SPC, segui o protocolo da família: ignorei e segui com a vida.
Os anos foram passando e eu reproduzi o comportamento dos meus pais. Ignorei problemas financeiros e dívidas, gastava meu salário com coisas pouco importantes e não poupava nenhum centavo sequer. Tentei juntar alguma coisa na poupança, mas nunca consegui chegar ao montante de R$ 1.000,00.
O verdadeiro choque de realidade veio depois que me casei, ao conviver com a família da minha esposa. Eles não eram ricos, mas eram extremamente organizados com as finanças. Todos tinham casa e carro próprios, e algum dinheiro guardado. Eram pessoas pobres, mas com a vida organizada. Eu entendi que meu problema não era a falta de dinheiro, mas a irresponsabilidade financeira.
O Presente: Salário, Dívidas e o Monstro no Armário
Mesmo depois de casado, continuei repetindo os erros. Hoje, com 38 anos, as consequências dessas escolhas me atingem: não tenho carro, casa e nem mesmo CNH.
Trabalho na iniciativa privada e ganho um salário bruto de R$ 5.545,00, recebendo líquido cerca de R$ 3.800,00 por mês. Consigo pagar as contas de casa religiosamente em dia (aluguel, luz, gás, internet). Mas o problema são as dívidas antigas, aquele monstro que me assombra.
Estou devendo mais de R$ 50 mil reais, entre dívidas protestadas, caducadas e uma ativa que está sujando meu nome.
Não quero que o que aconteceu com o meu pai se repita. Ele morreu aos 70 anos sem deixar absolutamente nada para minha mãe. Eu não quero morrer e deixar minha esposa sem dignidade financeira. Por isso, tomei a decisão de mudar.
A Promessa do Blog: Transformação Financeira Real
Eu sei que não vou ficar rico, isso é bem improvável. Mas eu quero chegar aos 60 anos com a vida organizada, sem dever ninguém, com uma casa própria, carro na garagem e algum dinheiro guardado.
A promessa aqui é ser 100% transparente e consciente. A ideia é registrar minha trajetória pagando dívidas, tirando a CNH, juntando dinheiro e sendo feliz nesse processo.
O objetivo não é o investimento "foda", mas sim a liberdade de viver sem o monstro da dívida.
Vou atualizar este blog mensalmente, contando tudo: quanto consegui juntar e se já consegui me libertar de alguma dívida. Vai ser vida real 100%, sem ser guru, economizando centavos, poupando o que realmente der para poupar.
Próximo Passo: O Raio X da Minha Vida Financeira
No próximo post, farei o Raio X completo da minha situação, detalhando o meu orçamento de R$ 3.700,00 e os planos para mudar a minha realidade.
Até lá, camarada!