segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Dívida nem sempre é falta de grana, é hábito.

Antes de te mostrar o Raio X da minha vida financeira no próximo post eu preciso falar sobre a maior lição que aprendi, e que está sendo o ponto de virada na minha mentalidade.

Por anos, eu contei a mim mesmo a mesma mentira: "Eu sou endividado porque eu sou pobre."

Essa crença era o meu escudo. Se a culpa era da minha condição social ou da minha criação, eu não precisava ser responsável pelas minhas escolhas. Era mais fácil culpar o salário baixo ou a falta de oportunidades. Na verdade nem isso, porque apesar de pobre eu tive sim muitas oportunidades. Não a toa eu consegui concluir uma faculdade, fazer um curso de inglês, trabalhei em lugares legais. Tive inclusive oportunidade de ter tirado minha CNH, mas escolhi não fazer. 

O verdadeiro monstro da dívida não está na sua conta bancária; ele está nos seus hábitos e na sua mentalidade.

Nesse blog eu vou ser 100% honesto e assumir as minhas responsabilidades. É assim que vou resolver essa confusão toda.

A Normalização do "Nome Sujo"

Para quem cresceu no ambiente que eu cresci, estar endividado é a regra. Meus pais estavam sempre pagando juros (quando pagavam), o cobrador batia na porta, e a solução era sempre a mesma: ignorar.

Crescemos entendendo que o Serasa era um clube de sócios. O nome sujo era visto como um incômodo temporário, e não como uma consequência grave da nossa irresponsabilidade. Esse é o grande perigo da dívida crônica: ela é normalizada, aceita, e vira parte da identidade.

O que estou falando aqui é muito sério! Muitas famílias endividadas estão nesta situação por causa desse comportamento de normalizar o nome sujo. Talvez para você seja algo inacreditavel, mas existe gente assim. Eu era uma dessas pessoas.

Essa normalização me fez repetir os erros. Quando fiz 18 anos e ganhei, ao invés do carro ou CNH, minha primeira dívida, o protocolo familiar foi seguido à risca: ignorância e protelação. Eu não estava endividado por falta de dinheiro; eu estava endividado por hábito. Eu já tinha conquistado meu primeiro emprego e poderia sim ter pagado a dívida. Mas escolhi não fazer.

O Verdadeiro Preço da Dívida

Quando a gente fala em dívida, a maioria pensa só nos juros. Mas o preço que a dívida cobra é muito maior.

A dívida é um parasita que drena sua energia, sua paz de espírito e, principalmente, suas opções de futuro.

  • Paz de Espírito: Você dorme mal, sente-se envergonhado, vive com medo do telefone tocar, e carrega um peso que mina sua felicidade.

  • Oportunidades: Eu tenho R$ 3.830,00 de salário líquido (eu sei que é pouco). Se eu tivesse me organizado desde o início, sem as dívidas, eu poderia mesmo ganhando pouco estar vivendo uma vida com mais qualidade.

  • Dignidade: A dívida rouba sua capacidade de fazer escolhas. Eu tenho renda para comprar uma casa e um carro junto com a minha companheira, mas sem crédito esses sonhos tornam-se inalcançáveis.

O Choque da Organização Alheia

Lembram que eu falei sobre a família da minha esposa? Eles me fizeram cair na real. Eles não eram ricos, mas eram organizados. Eles tinham um hábito financeiro saudável. Eles não tinham mais dinheiro, eles tinham mais controle.

O problema não é o quanto entra; é o quanto você respeita o que entra. Finalmente entendi aquela frase: "o dinheiro não aceita desaforo."

O Plano de Ação Começa na Mente

Se você está aqui no blog, provavelmente compartilha dessa luta. E a primeira coisa que temos que fazer juntos é matar a mentira de que a dívida é uma fatalidade. Talvez até seja porque cada caso é um caso. Mas eu assumo a minha responsabilidade e digo que no meu caso foi escolha mesmo. 

O meu plano para o Endividado Nunca Mais não é um plano mágico de investimento. É um plano de mudança de hábito. Estou ciente que com a minha atual renda eu vou demorar um bom tempo para pagar tudo e desfoder a minha vida, mas quer saber? Pode demorar o tempo que for, eu vou seguir firme nesse propósito. Para um homem de 38 anos, talvez você possa achar uma piada minha dívida de mais de R$50 mil reais (para alguns é um valor tranquilo de pagar) mas para minha realidade é como se fosse um golias. 

O que é preciso para eu (e você também caso estiver vivendo a mesma situação) vencer esse desafio:

  1. Encarar a Dívida: Parar de ignorar e colocar os números na mesa (Isso será feito no próximo post).

  2. Mudar a Regra: Entender que o dinheiro que sobra não é para gastar, é para pagar a liberdade.

  3. Priorizar a Dignidade: O objetivo não é o luxo, é a paz.

A transformação financeira começa com a transformação pessoal. No próximo post, você vai ver o tamanho da encrenca em que eu me meti, mas o mais importante é que a minha mente já virou a chave. E a sua pode virar também.

Um abraço, camarada. 

2 comentários:

  1. Cara gostei demais da premissa do blog, vou seguir acompanhando

    ResponderExcluir